domingo, 11 de abril de 2010

Seção Cult: Casseta Popular & Planeta Diário


Os ventos da liberdade sopravam sobre o humor brasileiro a partir de meados da década de 80. Ainda não se falava nesse tal "politicamente correto" chato importado - só pra variar - dos Estados Unidos e uma nova geração de humoristas emergiu dos nebulosos tempos de censura ferrenha para levar o humor besteirol às bancas de jornais do Brasil.
Eram os tempos do jornal O Planeta Diário e da revista Casseta Popular, cujas equipes foram fundidas anos depois para a criação do humorístico Casseta & Planeta, da Rede Globo. O pessoal com menos de 25 anos possivelmente fará suas comparações, dizendo que "o Pânico na Tv é que faz humor podre" ou que "o CQC é mais inteligente": ainda eram crianças quando o jornal e a revista circulavam e por isso não tem como saber que, perto do que aquela galera publicava, o humor do Pânico parece coisa de criança!
A revista Casseta Popular chegou a público trazendo capas históricas, como aquela em o então candidato à presidência Fernando Collor exibia uma enxuta bundinha - exemplar que chegou a ser proibido e recolhido das bancas. Já o jornal O Planeta Diário tinha como tônica principal o humor negro, ostentando manchetes como "Roberto Carlos começa o ano com o pé esquerdo" e emplancando campanhas como a eleição do finado macaco Tião para vereador do Rio de Janeiro.
Diferenças à parte, revista e jornal tinham uma coisa em comum: conteúdos de qualidade, oferecidos como alternativa àqueles que buscavam fórmulas diferentes capazes de fazer rir, atraindo principalmente o público mais jovem, ávido por coisas novas. Eram tempos mais difíceis, mas eram bons tempos: mesmo sem computadores e internet, era possível se divertir bastante apenas fazendo uma breve caminhada até a banca da esquina.

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