quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Retrato Em Branco & Preto: Como Esquecer O Pasquim?

Quando, em 26 de junho de 1969, chegava às bancas a primeira edição do jornal "O Pasquim", seus fundadores - Jaguar, Tarso de Castro, Sérgio Cabral (o pai) e Ziraldo - não poderiam imaginar que a modesta tiragem de estréia de 20 mil cópias chegaria, em meados da década de 1970, a 200 mil cópias por edição, transformando o semanário numa incômoda pedra nos coturnos dos militares que governavam o Brasil.
Conhecido pelas capas irônicas e sarcásticas, por suas personagens que marcaram época, por seu conteúdo inteligente e ousado engajamento, "O Pasquim" dispunha de colaboradores do calibre de Millôr Fernandes, Paulo Francis, Henfil, Ivan Lessa, Sérgio Augusto, Ruy Castro, Fauto Wolff e até Chico Buarque. Trazia como símbolo o ratinho Sig e, nos momentos mais tensos, o jornal chegou a ser fechado pelos órgãos repressores do Regime Militar.
De certa forma, o fim dos governos militares coincidiu com o início da decadência de "O Pasquim". Após uma onda de atentados à bomba contra bancas de jornal que vendiam o semanário, "O Pasquim" passou a enfrentar a concorrência de outras publicações como a revista Casseta Popular e o jornal O Planeta Diário que, com a linha de humor besteirol, atraíam bem mais a atenção do público jovem. A redação de "O Pasquim" fechou as portas definitivamente em 11 de novembro de 1991, tendo apenas Jaguar como único fundador ainda à frente da publicação. Todavia, o encerramento das atividades do semanário não impediu que "O Pasquim" passasse a ocupar lugar de destaque na história recente do Brasil.

NOTA: Em 1999 foi lançada a revista "Bundas" (em alusão à revista de celebridades Caras), tendo Ziraldo à frente da publicação. "Bundas" durou pouco e, entre 2002 e 2004, Ziraldo lançou "O Pasquim21", uma releitura do antigo semanário.

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