sexta-feira, 15 de julho de 2011

Seção Cult: “Os Gritos Do Silêncio” (The Killing Fields)


Não se trata de um filme que possa ser indicado para pessoas demasiadamente sensíveis, porém de certo é uma excelente opção para aqueles que apreciam cinema com qualidade acima da média. Rodado em 1984 e com direção de Rolland Joffé, “Os Gritos Do Silêncio” mostra a realidade cruel da pouco lembrada Guerra do Camboja, ocorrida na década de 1970 e que culminou na derrota das forças governamentais apoiadas pelos Estados Unidos e na imediata ascensão ao poder, de 1975 a 1979, do grupo comunista Khmer Vermelho.
Mas “Os Gritos Do Silêncio” vai além das mazelas da guerra, mostrando a desastrosa política imposta à população do Camboja pelos comunistas, obrigando-a a viver da atividade agrícola e submetendo-a a trabalhos forçados e a terríveis atrocidades nos campos de extermínio concebidos pelo Khmer. Em meio às turbulências da guerra estão o jornalista do The New York Times, Sydney Schanberg (Sam Waterston) e seu intérprete cambojano e também jornalista Dith Pran (vivido por Haing S. Ngor). Ao final do conflito, Schanberg consegue voltar para os Estados Unidos, porém impedido de retirar Dith Pran do país. Passa então a mobilizar uma incansável busca por seu amigo cambojano, que permanece à mercê dos horrores no país até sua perigosa fuga para a Tailândia, em 1979.
Mostrando de maneira impactante a história de real de Schanberg e Pran, “Os Gritos Do Silêncio” faturou diversos prêmios mundo a fora, incluindo os Oscars de melhor fotografia, melhor edição e melhor ator coadjuvante para Haing S. Ngor. Quanto aos jornalistas, Sydney Schanberg continua em atividade até hoje. Já Dith Pran, após deixar o Camboja, passou a viver nos Estados Unidos até sua morte, em 2008, vítima de um câncer no pâncreas. “Os Gritos Do Silêncio” foi lançado em DVD há algum tempo e se encontra fora de catálogo desde então, tornando sua aquisição um pouco complicada – todavia, o filme pode ser considerado uma pedra preciosa, tanto pela película em sí quanto pelo documento que ela representa.

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