domingo, 5 de fevereiro de 2012

Agora, Falando Sério: A Democrática Ditadura Civil Brasileira



Quem
está de fora até acredita que o Brasil é um país democrático,
munido de respeito aos direitos e deveres e onde todos são iguais
perante a Lei. Quem está de fora não vê os exageros de uma
legislação que aprisiona as pessoas de bem com seu extorsivo
sistema fiscal, legal e trabalhista e liberta condenados perigosos,
concedendo-lhes direitos e benefícios descabidos para que saiam às
ruas e possam cometer novos crimes contra estas mesmas pessoas de
bem, cidadãos que já tem de suportar o duro fardo de carregar o
país nas costas.Quem está de longe pode até cair na conversa
fiada de que a Justiça no Brasil funciona, muito por não saber o
quanto às penitenciarias estão abarrotadas de marginais pobres,
enquanto nas áreas nobres não faltam bandidos ricos e livres. Do
estrangeiro se pensa que os políticos no Brasil representam o povo,
quando, na verdade, este mesmo povo se envergonha dos políticos que
tem – e, de quebra, ainda é julgado responsável por tê-los
eleito, como se as pessoas dispusessem de algum meio para adivinhar a
índole daqueles que se candidatam ou mesmo o que farão uma vez
empossados.A democracia no Brasil não passa de um mito cuja
conjuntura se mostra uma aberração ridícula e bizarra. Os sinceros
e verdadeiros opositores ao Regime Militar que morreram em função
de suas escolhas, reviram-se nos túmulos e nas covas rasas diante da
picaretagem, canalhice, safadeza e falta de caráter deste levante de
calhordas que, eleição após eleição, vem se mantendo nas
principais funções públicas e políticas do país – e isso em
todas as instâncias, inclusive no Poder Judiciário, cuja imagem há
tempos deixou de ser imaculada diante de tantos juristas seduzidos
pelos encantos peçonhentos da corrupção e do interesse próprio,
tão comuns na tal “democracia” pela qual a imprensa tanto se
masturba.Saudades tenho do ex-presidente Ernesto Geisel que,
indagado sobre a transição que pretendiam lhe incumbir de fazer,
negou-se com uma prerrogativa quase premonitória: “Não vou
entregar meu país aos abutres”. O presidente Figueiredo o fez –
e assim o país continua até hoje, cada vez mais desossado e
eviscerado pelos carniceiros da ditadura civil em que se transformou.
(Publicado
em 16/06/2011)

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